quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Ficar ou partir


Um amigo verdadeiro é um companheiro de jornada. Partilhamos risos, emoções, experiências, momentos bem vividos com ele. Estamos lá para ele, para os bons e maus momentos. Ele está connosco nos momentos divertidos, mas também nos mais complicados, mais dolorosos. Esta amizade dá significado à nossa vida. Ele conhece os nossos defeitos e talentos, muitas vezes, melhor que nós próprios. Não é preciso falar, ele parece que advinha os nossos pensamentos ou os nossos sentimentos. Estamos em sintonia. A nossa amizade é uma bela melodia. O tempo passado com o nosso amigo é mágico.

Quando reencontramos um amigo verdadeiro e muito querido, após muitos anos de separação, parece que o tempo parou no tempo. O reencontro é vivido para colocar a conversa em dia e para dar aquele abraço. Apesar de separados, percebemos que continuamos a pensar da mesma maneira. Apesar de termos percorrido caminhos separados, percebemos que fizemos escolhas parecidas. E descobrimos ainda que o nosso amigo continua advinhar os nossos pensamentos e sentimentos. Continuamos em sintonia, isto é, parece que continuamos a tocar a mesma música. A nossa amizade sai reforçada deste reencontro.

Quando reencontramos um amigo verdadeiro e muito querido, após os nossos caminhos terem seguido rotas diferentes. O reencontro é vivido com estranheza. Aquela pessoa que outrora foi nosso amigo, cúmplice, companheiro, hoje parece-nos um estranho. Hoje somos diferentes, já não nos identificamos com aquela pessoa. O amigo já não advinha os nossos pensamentos e sentimentos, e isso deixa-nos desconfortáveis. Ao longo da nossa conversa, descobrimos que hoje somos pessoas muito diferentes um do outro do que fomos outrora, pois fizemos escolhas diferentes ao longo dos nossos caminhos. Parece que já não estamos em sintonia, isto é, hoje  tocamos músicas diferentes. Neste reencontro, a nossa amizade é posta em causa.

Apetece perguntar: ficamos ou partimos!?

Autoria: Sandra Mendes

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