quinta-feira, 7 de julho de 2011

Você é responsável nas suas decisões?



Diz-se que há mais de mil anos o mundo de Deus foi passado à forma escrita. Como não havia processadores de texto, fotócopias nem impressoras, eram os monges que copiavam meticulosamente cada texto original à mão. Podia facilmente levar um ano até terminar um só documento.
Um jovem monge que tinha abandonado a busca dos prazeres mundanos queria ver com os seus próprios olhos os textos antigos e beber directamente da fonte de toda a sabedoria. Voluntariou-se para ajudar a copiar os textos antigos, mas rapidamente chegou à conclusão de que não estava de facto a copiar textos antigos nenhuns. Estava a copiar cópias feitas por outros monges, que sem dúvida também tinham passado a vida a copiar cópias da palavra de Deus.
Cheio de entusiasmo e curiosidade, perguntou ao abade se seria possível consultar os textos originais, que estavam guardados nas caves do mosteiro. Ao final de contas, argumentou o monge, se houvesse erros nas cópias, eles estavam a ser difundidos de geração em geração.
O velho abade recusou o pedido. Disse ao jovem monge para não se preocupar com essas coisas, e o jovem monge, respeitosamente, obedeceu.
Passaram-se anos e o jovem monge deixou de ser jovem. Embora o seu entusiamo pela vida tivesse diminuido um bocadinho com o passar do tempo, o seu trabalho árduo e anos de serviço dedicado fizeram com que fosse escolhido como novo abade quando o velho abade morreu. E agora, em vez de preencher os dias a copiar a sabedoria antiga de cor, viu-se com tempo para a contemplação e a reflexão. E rapidamente a sua curiosidade e sede de verdade regressaram e ele encarregou-se de descer até às caves no coração do mosteiro.
Ficou por lá durante meses, a ler atentamente os textos antigos à luz da vela, parando apenas para rezar, dormir e comer as refeições que eram deixadas à porta da cave todas as manhãs.
Um dia, quando o jovem monge destacado para cuidar dele veio para recolher os pratos vazios, ouviu o que parecia um choro distante. Embora descer até às caves fosse estritamente proibido, o jovem monge abriu a porta, acendeu uma vela e encaminhou-se para o coração do mosteiro. E aí encontrou o seu amado novo abade a soluçar descontroladamente.
“Que se passa, irmão?”, perguntou o jovem monge ao abade.
O abade fatigado olhou com desespero para os olhos afáveis do jovem monge. “Cometemos um erro terrivel”, disse. “A palavra original era ’celebrar’…”

- Autor Desconhecido -

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